Esta página inclui um resumo da primeira Consulta Comunitária da Carta do Movimento Wikimedia, realizada no final de 2022. Esta compilação foi realizada pela equipe de Estratégia do Movimento e Governança da Fundação Wikimedia, e revista pelo Comitê de Redação da Carta do Movimento. O relatório completo e detalhado da consulta também está sendo compartilhado juntamente com o resumo, para fins de transparência.
Novembro – Fevereiro 2022
Este é um breve resumo das impressões gerais das comunidades sobre os três primeiros textos da Carta do Movimento: Preâmbulo, Valores e Princípios e Papéis e Responsabilidades. Destaca apenas os pontos mais recorrentes e emergentes de acordo com a análise conduzida pela Equipe de Estratégia do Movimento e Governança. Para maiores detalhes, por favor verifique o documento de comentários completo.
Geral
Legibilidade e clareza:
- Enquanto algumas partes do texto foram elogiadas pela clareza, a linguagem em geral precisa de mais simplificação, especialmente para facilitar as traduções. Pontos concretos destacados:
- Evitar acrônimos
- Evitar sentenças longas
- Evitar termos e frases vagas
- Ainda relacionado, houve um pedido recorrente para que fosse adicionado um glossário com a definição de alguns dos termos mais ambíguos. Definições solicitadas em diversos comentários foram:
- “Movimento Wikimedia”
- “Stakeholders” (partes interessadas)
- “Entidades”
- “Pronomes nós/nossos”
- Como a maior parte do texto é abstrata, seriam necessários exemplos mais tangíveis para que as pessoas possam elaborar o que a Carta poderia significar em casos práticos relacionados à Wikimedia (por exemplo, qual seria o impacto da Carta nas Wikipédias de diferentes línguas).
- Há uma expectativa comum de que o texto inclua uma representação visual das novas estruturas que a Carta do Movimento descreve/descreverá.
Conteúdo:
- Uma pergunta muito freqüente foi sobre as consequências (por exemplo, para um afiliada ou uma comunidade) de não concordar ou aderir à Carta do Movimento, e se isso será obrigatório ou não. Esta questão é freqüentemente vista como parte do preâmbulo.
- Existe uma divisão sobre se a 2030 Estratégia do Movimento deve ser citada no texto da Carta do Movimento (especialmente o Preâmbulo):
- Muitas pessoas afirmaram terem ficado surpresas ao ver que a Estratégia do Movimento 2030 não é explicitamente mencionada na Carta, pois esperavam um compromisso claro com relação à questão.
- Algumas comunidades estabelecidas parecem rejeitar completamente a Estratégia 2030 e, portanto, rejeitam qualquer referência a isso.
- Algumas comunidades emergentes parecem não conhecer a Estratégia do Movimento 2030 e, portanto, não saber como ela se relaciona com a Carta.
Preâmbulo
- A seção talvez precise de uma explicação mais focada e concisa sobre:
- O que é uma “Carta do Movimento”?
- Por que a Carta do Movimento é necessária?
- Quem está redigindo a Carta do Movimento, e a quem está dirigida?
1º Parágrafo:
- Houve uma expectativa recorrente de que a Carta do Movimento seria ou deveria ser descrita como um “acordo vinculante” em vez de um “acordo social”.
2º Parágrafo:
- É um pouco confuso por que “espaços técnicos” são apontados separadamente (na frase: “aplica-se a todas as pessoas, entidades e espaços técnicos”), e se isso exclui intencionalmente outros tipos de espaços.
3º Parágrafo:
- Houve várias propostas relativas à cláusula: “Os projetos são em grande medida autogovernados”, inclusive a de mantê-la como está, aceitar a reformulação do departamento Legal ou utilizar alguma das várias reformulações sugeridas. A cláusula também foi alvo de uma significativa disputa sobre a escala e o tipo de autogovernança, incluindo quando e como a Fundação Wikimedia pode intervir nos projetos.
- Para a cláusula “com relação à criação e gestão de conteúdos”, foi proposto elaborar mais sobre quais responsabilidades de conteúdo a Fundação pode tratar e quando (por exemplo, em casos jurídicos), e quais são gerenciados exclusivamente pela comunidade.
- O termo “repositórios de conhecimento” causou uma confusão considerável, especialmente nas traduções. Alguns sugeriram a substituição por “wikis”.
4º Parágrafo:
- O termo “infra-estrutura” deveria ser definido, e todas as frases referentes a ele reformuladas, pois parece ter dificultado todo o parágrafo para um grupo muito significativo de pessoas. O quarto parágrafo, no geral, parece ter sido o que gerou mais confusão.
Valores e Princípios
Princípios potencialmente faltantes:
- Privacidade (ocasionalmente combinada com segurança e/ou proteção) é o princípio faltante mais citado. Especialmente em termos de proteção do anonimato e, portanto, muitas vezes pela segurança das pessoas contribuidoras.
- A Transparência é vista por algumas pessoas como um princípio que deve aparecer de modo independente, não necessariamente incluído em “Responsabilização”.
- Houve cerca de uma dúzia de sugestões de possíveis princípios adicionais.
Introdução:
- Na frase inicial, o termo “baseada em fatos” foi constantemente solicitado para ser substituído por “baseada em fontes/evidências”, pois “fatos” não podem ser definidos objetivamente.
Conhecimento Livre e Código Aberto
- Seria recomendável mais clareza sobre o compromisso potencial com software de código aberto, no sentido de onde seria um requisito, e de como isso seria aplicado aos contextos da Wikimedia.
- a frase “conhecimento que tem sido historicamente marginalizado” parece ser uma das mais controversas em todo o rascunho. Recebeu quase tantos elogios das comunidades do Sul Global quanto rejeição das comunidades maiores / estabelecidas. Sugere-se que seria necessário ser muito específico sobre as mudanças e/ou compromissos que aspira fazer.
Independência:
- Questões sobre o compromisso com a independência e o que isso pode significar em contextos práticos foram levantadas.
Inclusão:
- Foram feitos vários comentários sobre como a inclusão seria aplicada na prática: por exemplo, sobre qual seria o significado de uma “visão centrada nas pessoas”. A referência aos “códigos de conduta” também gerou um pouco de resistência.
Subsidiariedade:
- O termo “Subsidiariedade” não parece corresponder a um conceito universal ou traduzível. É talvez o princípio menos compreendido.
- A frase “Confiamos autoridade ao nível mais imediato ou local apropriado” poderia precisar de elaboração significativa (por exemplo, quando um nível local é considerado “apropriado”?). Este é um dos fragmentos da Carta que mais recebeu comentários e perguntas.
Equidade:
- De forma um pouco semelhante a “Subsidiariedade”, o termo “Equidade” não parece ser de fácil tradução entre idiomas, nem mesmo entre pessoas. Muitos comentários falaram sobre elaborar mais sobre como cada questão se traduz na prática.
Responsabilização
- Foram sugeridos alguns ajustes, além da questão sobre se a possibilidade da transparência ser considerada um princípio em si.
Resiliência:
- Foram sugeridos alguns ajustes. Houve algumas perguntas sobre qual seria o escopo ou significado de “Resiliência”.
Papéis e Responsabilidades
Declaração de propósito:
- Houve poucos comentários sobre o conteúdo da declaração, e uma frustração significativa pela falta de mais conteúdo neste tópico.
- Algumas pessoas comentaram que não entenderam por que não foram feitas perguntas específicas sobre o tópico para facilitar a participação, mesmo sem haver ainda conteúdo.
Expectativas sobre o capítulo:
- Enquanto espera-se, logicamente, que o capítulo defina papéis e responsabilidades, os comentários enfatizaram que é necessário definir a necessidade ou o “Como” para realizar-se qualquer mudança.
- Houve várias perguntas sobre o possível conteúdo do capítulo, inclusive:
- Em que medida seria criada mais burocracia por causa da descentralização? (por exemplo, através da criação de mais estruturas como o Conselho Global e os Hubs)
- Em que medida é possível haver mudanças na estrutura da Fundação Wikimedia?
- Em que medida a Carta afetará a definição de afiliados e do AffComm?
- Grupos organizados informais (não afiliados) serão incluídos na Carta?
- Como as comunidades sub-representadas serão incluídas?
- No que constituirão o Conselho Global e os Hubs? Ambos os conceitos se revelaram quase desconhecidos para as comunidades menores que não estão envolvidas em temas de governança em regiões como África, Ásia Meridional e ESEAP.
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